Reconhecido patrimônio imaterial e cultural do município de Barreiras, desde 2017, o “Nazaro”, agrupamento formado por pessoas fantasiadas (encapuzadas e vestidas de mortalhas brancas), mantém à tradição de sair pelas ruas da cidade na noite de quarta-feira de cinzas.
De acordo com o coordenador do evento, Jorge Luis Moraes Lima, conhecido por ‘Pologo’, há anos essa manifestação cultural reúne dezenas de adolescentes, jovens e adultos, que percorrem diversas ruas do Centro e bairros adjacentes, correndo e gritando, Nazaro não morreu e consequentemente jogando farinha de trigo nas pessoas que estão nas ruas. A concentração aconteceu em frente ao Centro Cultural Rivelino de Carvalho, por volta das 21 horas.
Como sempre, a orientação dos organizadores foi para jogarem farinha de trigo apenas nos participantes do evento, aqueles que desafiam e até acompanham os integrantes do grupo, vociferando, “Nazaro morreu, do peido que deu, do feijão que comeu”, mas nem todos obedecem as instruções e jogam farinha de trigo em quem encontram pela frente, até mesmo em veículos. Entretanto, alguns gostam tanto da brincadeira, que ficam na porta de casa aguardando o Nazaro chegar, e só fogem quando ele se aproxima.
Nazarinho
Este ano teve uma novidade, a senhora Dinalva Machado Silvestre, sua irmã, Delma e outros moradores do Centro Histórico, por volta das 19 horas, promoveram o ‘Nazarinho’, como forma de incentivar a continuação da cultura. “Eu tenho 72 anos e fico muito emocionada em participar dessa brincadeira há muitos anos. Este ano, mais cedo, fizemos o “Nazarinho” com a participação de crianças, porque não podemos deixar essa cultura morrer”, comentou Dinalva.
O Nazaro conta com apoio da Secretaria de Cultura do Município de Barreiras e foi acompanhado por uma viatura da Guarda Municipal.