Um homicídio com requintes de crueldade foi registrado na manhã da última segunda-feira (23), na zona rural de Barreiras. A vítima, identificada como Manoel Messias Martins dos Anjos, de 49 anos, foi morta com vários golpes de machado desferidos por Manoel Pereira da Silva, de 40 anos, funcionário da Fazenda Onça Preta, localizada no km 40 da BR-020, entre Barreiras e Luís Eduardo Magalhães.
A ocorrência foi formalizada por volta das 11h20, quando o advogado da fazenda compareceu à Delegacia Territorial para comunicar o crime. Segundo o advogado, o proprietário da fazenda havia sido informado pelo próprio funcionário que um homem desconhecido teria invadido a sede da propriedade com a intenção de matá-lo, usando um facão, e que, em suposta reação, Manoel Pereira teria atingido o invasor com um machado.
Contudo, a investigação conduzida no primeiro momento pelo delegado Dr. Francisco Carlos de Sá aponta em outra direção. Imagens que chegaram até a polícia mostram a vítima ensanguentada e já sem vida, além de registros em vídeo feitos pelo próprio autor do crime, logo após o homicídio. “Além de cometer um crime bárbaro, o autor teve a frieza de filmar o corpo e compartilhar as imagens como se fosse um troféu. Isso, por si só, já elimina qualquer alegação de legítima defesa”, afirmou o delegado.
Ainda segundo Dr. Francisco, a alegação inicial de que o autor apenas se defendeu não se sustenta diante dos indícios coletados. “A legítima defesa, segundo o Código Penal, exige uma reação imediata, moderada e proporcional a uma agressão atual e injusta. O que houve aqui foi um evidente excesso, com o uso brutal e desproporcional da força. Além disso, o ato de registrar e divulgar o vídeo da vítima reforça a intenção criminosa e retira qualquer amparo legal à conduta do autor. Trata-se de um homicídio doloso e cruel”, enfatizou.
O local do crime, de difícil acesso, está situado a aproximadamente 300 metros de estrada de chão após a saída da rodovia BR-020. A Polícia Civil já deu início à coleta de provas e depoimentos para esclarecer a dinâmica do crime e os antecedentes do envolvimento entre vítima e autor.
Até o momento, Manoel Pereira da Silva não foi localizado, mas o advogado da fazenda afirmou que apresentaria seu cliente assim que expirasse o prazo legal para prisão em flagrante, que é de 24 horas.
O caso segue sendo investigado pela Delegacia de homicídios do município de Barreiras.
Fonte: Polícia Civil