O Centro Histórico de Barreiras amanheceu, nesta quarta-feira (10), com mais um capítulo preocupante envolvendo a preservação do patrimônio público. Após o recente sumiço da placa que identificava a Praça Dr. Augusto César Torres — caso ainda sem esclarecimento —, moradores se depararam agora com o desaparecimento completo do busto do médico que dá nome ao local.
O busto, instalado durante a gestão do ex-prefeito Antônio Henrique de Souza Moreira, representava uma das figuras mais importantes da história de Barreiras. Dr. Augusto César Torres, natural de Barra do Rio Grande, participou da Guerra do Paraguai, onde atuou no atendimento aos soldados feridos. Ao retornar do conflito, em 1870, recebeu a patente de major e decidiu fixar-se no recém-formado povoado de São João das Barreiras, tornando-se um de seus fundadores.
Ele construiu sua casa na segunda rua do povoado em formação — rua que ele próprio batizou como Rua Humaitá, em homenagem à batalha de mesmo nome vencida pelo Brasil durante a guerra. Próximo à residência, plantou duas palmeiras imperiais, que mais tarde deram origem ao nome Rua das Palmeiras, denominação que permanece até hoje.
A casa histórica onde viveu, considerada a residência mais antiga de Barreiras, ainda existe e mantém portas e janelas originais, embora atualmente conte com grades instaladas pelos proprietários em função da segurança.
O desaparecimento do busto ocorreu ontem (11). No local, ficaram apenas a base de mármore e os ferros de sustentação. A retirada repentina levantou suspeitas de furto, já que a peça teria sido confeccionada em material de valor — possivelmente cobre, embora não haja confirmação.
A historiadora Ignez Pita, que frequentemente incluía a praça em roteiros turísticos, sempre falou da grande importância do monumento para contar a história de Dr. Torres e para marcar simbolicamente o início do povoado que deu origem à atual cidade de Barreiras.
Moradores relatam que, assim como ocorreu no recente sumiço da placa da praça, não houve registro de boletim de ocorrência ou manifestação pública da Prefeitura sobre o caso. Agora, a comunidade cobra esclarecimentos: a retirada foi autorizada para restauração ou o monumento foi furtado?
Até o momento, não há posicionamento oficial. A população aguarda respostas e cobra providências para garantir a preservação do patrimônio histórico local, em especial de uma figura tão relevante para a formação da cidade.











