Os incêndios florestais mais do que dobraram na Bahia em comparação com 2020, e o motivo é a forte estiagem que antecipou a temporada de queimadas.
No norte baiano, mais de 200 hectares de Caatinga foram destruídos pelo fogo. O incêndio em Campo Alegre de Lourdes e Pilão Arcado durou mais de duas semanas e provocou uma devastação nas duas cidades.
No oeste baiano, estão 14 das 15 cidades com maior incidência de queimadas na Bahia. Em Luís Eduardo Magalhães, além do tempo seco, as altas temperaturas favorecem os incêndios em vegetação. Em Barreiras, desde o início da semana, bombeiros monitoram a Serra da Bandeira. A área queimada saiu do controle e o fogo chegou até a cabeceira da pista do aeroporto.
Outra preocupação na cidade são as queimadas irregulares, com chamas chegando próximo às casas e uma nuvem de fumaça por toda a cidade. “Colocaram fogo na mata assim perto de casa, pegou fogo em tudo. Não ficou uma árvore”, disse Raiane de Souza dos Santos, estudante.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais apontam um crescimento de 171% na quantidade de incêndios na Bahia na comparação com 2020. Isso dá uma média de um novo foco a cada 1h20. Incêndios que chegaram antes do período seco, que começa agora em setembro, e acendem um sinal de alerta na Bahia.
Situação que vem sendo acompanhada pelo Inema, que mantém o monitor da seca e de focos de calor no estado. “A nossa equipe aqui permanentemente de meteorologistas, ela fica olhando vigilantemente os dados que entram. Nós informamos aos corpos de bombeiros e defesas civis locais e estaduais das áreas de risco para que elas fiquem alertas nessa época do ano, que nós sabemos historicamente que são épocas do ano mais secas. De fato, pode ocorrer maior risco de incêndios florestais”, destaca Eduardo Topázio, diretor de recursos hídricos e monitoramento ambiental (Inema).
Fundamentais na luta contra as chamas também são os brigadistas voluntários, que nesta semana conseguiram controlar um incêndio em Ibicoara, na Chapada Diamantina. No ano passado quase 2 mil hectares de vegetação foram destruídos pelo fogo.
Por isso, a mais antiga brigada da região que fica no coração da Bahia já se prepara para o período de maior risco de queimadas. “A gente já está fazendo manutenção nos equipamentos para poder, na hora que a temporada do fogo chegar, a gente já estar preparado”, diz Marcelo Cardoso, presidente da Brigada Voluntário de Lençóis.
Fonte: G1 Noticias