A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, neste sábado (23), que a doença varíola dos macacos agora é considerada uma emergência de saúde pública global.
“Acreditamos que isso possa mobilizar o mundo a agir em conjunto. Precisamos de coordenação e solidariedade para que sejamos capazes de controlar a varíola dos macacos”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, em uma coletiva de imprensa em Genebra.
“Com as ferramentas que temos agora, nós podemos controlar esse surto e parar a transmissão”, acrescentou.
Em seu pronunciamento, Tedros explicou que são considerados cinco elementos para a tomada de decisão se um surto constitui uma emergência global.
“Primeiro, as informações fornecidas pelos países – que neste caso mostram que esse vírus [varíola dos macacos] se espalhou rapidamente para muitos países que não o viram antes”, disse o diretor da OMS.
Em segundo lugar, ele cita que foram atendidos os critérios do Regulamento Sanitário Internacional – uma norma jurídica que a OMS segue.
Em terceiro lugar, é levada em consideração a opinião do Conselho do Comitê de Emergência, que, neste caso da varíola dos macacos, não chegou em consenso.
“Quarto: princípios científicos, evidências e outras informações relevantes, que atualmente são insuficientes e nos deixam com muitas incógnitas”, afirmou Tedros.
“Quinto: o risco para a saúde humana, disseminação internacional e o potencial de interferência no tráfego internacional”, acrescentou.
A avaliação da OMS é que o risco de varíola é moderado globalmente e em todas as regiões, exceto na região europeia, onde avaliamos o risco como alto.
Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS.
“Então, resumindo, temos um surto que se espalhou pelo mundo rapidamente, através de novos modos de transmissão, sobre os quais entendemos muito pouco e atende aos critérios do Regulamento Sanitário Internacional”, concluiu o diretor da OMS.
Nota do Ministério da Saúde sobre declaração de emergência
O controle da varíola dos macacos, também conhecida como monkeypox, é prioridade para o Ministério da Saúde, que realiza o constante monitoramento e analisa diuturnamente a situação epidemiológica para orientar as ações de vigilância e resposta à doença no Brasil.
Todas as medidas hoje anunciadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) já são realizadas pelo Brasil desde o início de julho de forma a realizar uma vigilância oportuna da doença.
Antes mesmo da ocorrência de casos suspeitos ou confirmados da varíola dos macacos no país, o ministério instalou uma Sala de Situação para elaborar um plano de ação com o objetivo de estabelecer estados e municípios sobre a melhor forma de atender a população.
Sob a coordenação do Ministério da Saúde, a atuação contou também com a participação do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e Organização Pan-americana da Saúde (OPAS).
A partir do dia 11 de julho, com fluxos de notificação, diagnóstico, assistência e medidas de contenção e controle instituídos, o trabalho realizado pela Sala foi incorporado às atividades da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, o que inclui o monitoramento de casos, a análise do perfil epidemiológico das notificações, a orientação das ações de vigilância, bem como a divulgação diária da situação dos casos no país.
Essas atividades ainda são realizadas rotineiramente pela área técnica responsável.
A pasta informa que os testes para diagnóstico estão disponíveis para toda a população que se enquadre na definição de casos suspeitos para varíola dos macacos, sendo atualmente realizados em quatro laboratórios de referência no país.
Além disso, o Brasil capacitou países das Américas para a realização de diagnóstico laboratorial. O Ministério da Saúde também tem articulado com a OMS as tratativas para aquisição da vacina varíola dos macacos, de forma que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) possa definir a estratégia de imunização para o Brasil.Com o fortalecimento do Sistema Único de Saúde, o Brasil está preparado para enfrentar a varíola dos macacos.
Fonte: CNN Brasil