Três novos casos da doença de Haff, também conhecida como “doença da urina preta”, foram confirmados no estado, segundo informações da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) divulgadas nesta quinta-feira (16).
Segundo o órgão, agora são 21 casos notificados, três descartados e outros dois sob investigação. Não foram detalhados os municípios onde os novos casos surgiram.
No dia 10 de setembro, a Sesab já havia confirmado 13 casos da doença. Ao todo, 16 casos foram registrados este ano no estado.
A doença de Haff se caracteriza por ocorrência de extrema dor e rigidez muscular, dor torácica, além de falta de ar, dormência e perda de força em todo o corpo, podendo causar falência renal. Pessoas com a doença apresentam urina na cor de café, causada pela elevação da enzima CPK, associada à ingestão de pescados.
Infográfico – Sintomas da ‘doença da urina preta’ — Foto: Infográfico G1
Entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017 foram notificados 71 casos de doença de Haff nos municípios de Salvador, Vera Cruz, Dias D’Ávila, Camaçari, Feira de Santana e Alcobaça. Foram registrados dois óbitos, sendo um de residente de Salvador e outro residente de Vera Cruz, ambos com comorbidades.
Em 2018 e 2019, conforme o órgão de saúde, não houve notificações da doença relatadas pelas instituições de saúde.
Já no ano de 2020, a partir do mês de agosto surgiram casos da doença de Haff nos municípios de Salvador, Feira de Santana, Camaçari, Entre Rios, Dias D’Ávila e Candiba, totalizando 45 casos notificados. Destes, 40 foram confirmados e cinco foram descartados, sem registro de óbitos.
A Sesab recomenda que ao sentir dores musculares e apresentar urina escura após o consumo de peixes ou crustáceos, as pessoas procurem imediatamente uma unidade de saúde.
Tratamento
A doença não possui tratamento específico. No entanto, na ocorrência de casos suspeitos, é recomendado buscar atendimento imediato, exame para dosagem de creatinofosfoquinase (CPK) ou TGO para observação do aumento das enzimas musculares.
Além disso, é necessário observar a cor da urina (escura) como sinal de alerta e o desenvolvimento de rabdomiólise, pois neste caso, o paciente deve ser rapidamente hidratado durante 48 ou 72 horas. Não é indicado o uso de antiinflamatórios.
Medidas de controle
- Evite comer pescados crus; Não consumir pescados ou crustáceos cuja origem, transporte ou armazenamento sejam desconhecidos. O ideal é comprar esses produtos em locais cuja a procedência ofereça segurança;
- Recomenda-se exame para dosagem de creatinofosfoquinase (CPK) e TGO para observação da alteração dos valores normais nos exames;
- Observar a cor da urina (escura) como sinal de alerta e o desenvolvimento de rabdomiólise, pois, nestes casos, o paciente deve ser rapidamente hidratado durante 48 ou 72 horas;
- Não é indicado uso de antiinflamatórios;
- Orientar a população a buscar uma unidade de saúde no caso de aparecimento dos sintomas;
- Identificar outros indivíduos que possam ter consumido do mesmo peixe ou crustáceo para captação de possíveis novos casos da doença;
- Recomenda-se coleta de amostras de alimentos para o setor de microbiologia de alimentos.
Fonte: G1 Noticias