Um escritório de advocacia pediu neste sábado (29) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão em flagrante da deputada federal reeleita Carla Zambelli (PL-SP) por “crime de disparo de arma de fogo, de ameaça e eventual lesão corporal”.
Zambelli foi filmada neste sábado, nos Jardins, bairro da zona central da capital paulista, entrando em um bar com um revólver em punho. Ela disse ter reagido a provocações de um apoiador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A petição pede também a instauração de inquérito policial, a apreensão das armas das pessoas envolvidas na ocorrência e a suspensão da autorização de Zambelli e sua equipe para o porte de armas.
Os vídeos que circulam nas redes sociais mostram que, durante a confusão, um tiro foi disparado. Zambelli afirmou em entrevista a jornalistas que disparou sua arma “para o alto”.
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“O disparo ocorreu, não se sabe ainda, se a partir da arma de fogo da requerida, mas é certo que por parte de alguém de sua equipe. E mais: somente ocorreu porque Carla Zambelli teria, de forma determinante, contribuído para a prática eventualmente criminosa”, argumenta a petição.
Segundo os advogados, a liberdade de Carla Zambelli “coloca em risco a ordem pública e reforça a necessidade da decretação de sua prisão em flagrante”.
A CNN entrou em contato com a assessoria da parlamentar sobre o pedido de prisão e aguarda uma resposta.
Entenda o caso
As imagens divulgadas neste sábado mostram a movimentação de algumas pessoas em direção a um bar, localizado em uma esquina. Zambelli aparece na gravação atravessando a rua em direção ao estabelecimento com uma arma em punho.
Logo após a repercussão, a deputada publicou em suas redes sociais um vídeo em que descreve o ocorrido. Segundo ela, um grupo de homens tentou intimidá-la, e um deles a empurrou. Ela diz ter apontado o revólver na intenção de deter o sujeito até a chegada de policiais.
Há outros vídeos que retratam o ocorrido. As gravações não são conclusivas sobre a agressão à deputada.
O homem perseguido pela deputada afirmou à CNN que, em nenhum momento, houve qualquer tipo de agressão física por parte dele.
Em setembro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu o transporte de armas por colecionadores, atiradores e caçadores no dia das eleições, assim como nas 24 horas que antecedem e nas 24 horas seguintes ao dia de votação. Conforme a decisão da corte, o descumprimento da proibição acarretará na prisão em flagrante por porte ilegal de arma.
A assessoria da deputada divulgou nota sobre o episódio. “A deputada federal possui registro de arma de fogo para defesa pessoal. A Resolução do TSE que proíbe o porte aplica-se apenas aos CACs, ou para ingresso de armas em seções eleitorais”, diz.
A deputada federal disse, em entrevista, ter “ignorado conscientemente” a resolução do TSE.
Foto: Social