A vacina da Pfizer/BioNTech sofre uma redução significativa de sua eficácia cerca de dois meses após a aplicação da segunda dose, passando de 88% para 47% de proteção. É o que mostram os estudos realizados em dois países e publicados, na última quarta-feira (6/10), no periódico científico New England Journal of Medicine.
Os cientistas alertam para a taxa de proteção contra hospitalização e morte, que se mantém em 90%. Segundo eles, é necessário continuar com as medidas restritivas para evitar o contágio até mesmo para pessoas que já completaram o ciclo de imunização.
No estudo realizado em Israel, foram avaliados 4.800 profissionais da área da saúde. Os resultados revelam que a diminuição dos anticorpos, após as duas doses, ocorre “especialmente entre homens, entre pessoas com 65 anos ou mais e entre imunossuprimidos”.
Em casos onde as pessoas vacinadas já tiveram contato com o vírus, o período de imunidade é ainda maior. “Evidências acumuladas em nosso estudo mostram que a resposta imune de longo prazo e a eficácia da vacina em pessoas previamente infectadas foram superiores àquelas que receberam duas doses do imunizante”, informam os cientistas em entrevista à rede americana CNN.
Já no Catar, os pesquisadores analisaram o contágio pelo coronavírus em pessoas já vacinadas. “A proteção induzida pela BNT162b2 [Pfizer/BioNTech], contra a covid, aumenta rapidamente após a primeira dose. Atinge o pico no primeiro mês após a segunda dose e, em seguida, diminui gradualmente nos meses seguintes. A diminuição parece acelerar a partir do quarto mês, até chegar a um nível de aproximadamente 20% nos meses subsequentes”, explicam.
Segundo eles, a redução na eficácia pode estar relacionada ao comportamento da pessoa. Em casos onde o contato social é maior e as medidas restritivas não são levadas a sério, a queda na proteção pode ser ainda elevada.