O 1º Curso de Introdução à Análise Espacial de Dados Rurais em Investigações Criminais abordou, de 8 a 11 de agosto, os fundamentos iniciais sobre o uso de sistemas geográficos utilizados no Incra. A intenção é potencializar as investigações da Coordenação de Conflitos Fundiários (CCF), da Polícia Civil da Bahia, com o uso de ferramentas para dinamizar o conhecimento da malha fundiária.
As aulas, ministradas por três servidores do Incra/BA, contaram com a participação de 20 policiais civis, entre investigadores e delegados, e ocorreram na Academia da Polícia Civil, em Salvador. A iniciativa é resultado de parceria entre o Incra, por meio da Câmara Regional de Conciliação Agrária, e a CCF, especializada em investigar crimes envolvendo disputas fundiárias.
“Por meio das ferramentas, poderemos compreender espacialmente as sobreposições de imóveis rurais, como também ter um melhor entendimento sobre as motivações dos conflitos”, explica a coordenadora da CCF, delegada Geovanna Bomfim.
Para o superintendente regional do Incra/BA, Carlos Borges, presente na abertura e no encerramento do curso, compartilhar as expertises do instituto com a Polícia Civil contribui para a resolução de conflitos no campo. “Colaborar para a investigação de questões agrárias contempla a verdade, a evidência e a certeza”, acrescenta.
Ferramentas
No decorrer do treinamento, foi apresentada a ferramenta QGis – um software open source, ou seja, de código aberto e gratuito. Ele possibilita visualizar, gerir e analisar dados espaciais, além de criar mapas. O QField , aplicativo móvel de coleta e visualização de dados integrado ao QGis, também foi introduzido na capacitação dos policiais civis.
“O QField permite a coleta de informações georreferenciadas em campo. Desse modo, as ocorrências são associadas às coordenadas de gps, gerando a espacialização dos dados em forma de mapas”, explica o engenheiro agrônomo do Incra/BA, Israel Ely Oliveira, um dos servidores a ministrar as aulas.
As ferramentas empolgaram os policiais civis, pois abrem o horizonte para a compreensão espacial de um local investigado, que pode ser agrário, um bairro ou uma cidade. Segundo a delegada da CCF, a inserção do QField em área de averiguação propicia fazer as análises criminais localmente. “Esse curso é um ganho enorme para nós”, destaca Geovanna.