Propriedades rurais dos municípios de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, contempladas com as ações de restauração de vegetação nativa através do Projeto Restaura – iniciativa do Parque Vida Cerrado e da multinacional ADM, com transferência de tecnologia do Consórcio Cerrado das Águas (CCA) – receberam a visita da responsável técnica pelo projeto, Lina Inglez. Nesta etapa, as visitas tiveram o objetivo de concluir os projetos individuais de restauro, orientar sobre controle de plantas invasoras e formigas, definir maquinários e insumos e organizar o calendário de plantio junto às equipes das fazendas para o início das ações.
“Na primeira visita, observamos os passivos ambientais e os níveis dos danos, com a constatação da alteração da vegetação e o seu limitado desenvolvimento, resultante do excesso de invasoras exóticas – o que explica a baixa diversidade e quantidade de indivíduos arbóreos por hectare. A partir da realidade encontrada em cada propriedade, onde buscamos priorizar a variedade de espécies, o ganho de tempo e a redução de custos de operação, propomos projetos com técnicas diversificadas, como plantios de enriquecimento para preenchimento de espaços com falhas, ilhas com alimento para a fauna silvestre, semeadura direta, plantio consorciado de espécies do bioma e manejo visando a regeneração natural, que devem ser implementados no período chuvoso. Agora, voltamos para validar os planos construídos e iniciarmos as orientações para preparo das áreas”, conta a engenheira agrônoma, consultora ambiental e especialista em restauração, Lina Inglez, responsável pelo mapeamento e diagnóstico do Projeto Restaura.
O controle de plantas invasoras nesta etapa do projeto, de acordo com a engenheira agrônoma do Parque Vida Cerrado, Débora Silva, é uma medida imprescindível para assegurar o sucesso dos manejos que serão realizados. “Se não forem controladas, as plantas invasoras se proliferam rapidamente na área que está sendo restaurada e acabam competindo com as espécies de interesse por água, luz e nutrientes, pois possuem a grande vantagem de contar com boa adaptação climática, apresentam curto intervalo entre floração e germinação, crescem em praticamente todos os substratos úmidos sem fertilização específica, além de alta dormência, longevidade e produção contínua. Nosso objetivo é garantir que essas plantas não inviabilizem a estratégia de recuperação dessas áreas”, explica.
A bióloga do Parque Vida Cerrado, Gabrielle Bes da Rosa, também destaca a importância do manejo nas áreas prioritárias para restauração. “As áreas se destacam pela localização estratégica para conservar os remanescentes de Cerrado e por serem adjacentes às APPs, com grande diversidade de espécies animais e vegetais. O impacto dessas intervenções para restauro e conservação das fisionomias vegetais típicas do bioma deve beneficiar a biodiversidade como um todo, bem como a agricultura, que ficará mais sustentável e competitiva na nova era”, reforça.
Os planos agora seguirão para aprovação final dos produtores rurais com o objetivo de formatar os documentos norteadores do projeto que servirão de base para todos os trabalhos do Centro de Excelência em Restauração do Parque Vida Cerrado, consolidando um plano estratégico eficaz, acessível e de alto impacto ambiental, o qual possa ser adaptado e replicado em escala nas demais áreas prioritárias do Cerrado em toda a região Oeste da Bahia.
Projeto Restaura
O Projeto Restaura é uma iniciativa do Parque Vida Cerrado – primeiro e único centro de conservação da biodiversidade, pesquisa e educação socioambiental – e da ADM – multinacional que atua no mercado de commodities agrícolas e de nutrição humana e animal, cujo objetivo é restaurar uma área de 50 hectares, com a introdução de até 70 diferentes espécies nativas, podendo alcançar e beneficiar cerca de 100 hectares. O grupo de agricultores locais dos municípios de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães que aderiram ao projeto receberam um “cardápio” de estratégias de restauração personalizadas para cada propriedade, o plano de monitoramento dos resultados e o subsídio para os insumos necessários, como mudas e sementes.
“Somos comprometidos com a agenda da sustentabilidade e de boas práticas no campo. Para isso, buscamos envolver também a cadeia produtiva, pois acreditamos que o produtor rural exerce um importante papel na preservação e conservação do meio ambiente”, declara Diego Di Martino, líder de sustentabilidade da ADM Latam. Entre as empresas de commodities agrícolas, a ADM é a primeira e única do setor que está engajada na restauração de mata nativa do Cerrado em área de plantio de soja.
Parque Vida Cerrado
Fundado em 2006, como resultado de uma iniciativa do Grupo Galvani – sua principal mantenedora atualmente, o Parque Vida Cerrado é o primeiro e único centro de conservação da biodiversidade, pesquisa e educação socioambiental do Oeste baiano. Localizado entre os municípios de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, mantém um criadouro científico para fins de conservação de animais silvestres, um Centro de Excelência em Restauração com ampla expertise no bioma Cerrado e um núcleo para realização de projetos e atividades socioambientais. Em 15 anos de atuação, envolveu mais de 30 mil pessoas em suas ações, distribuiu milhares de mudas para reflorestamento urbano e rural, capacitou centenas de coletores de sementes nos assentamentos e reproduziu, com sucesso, mais de 40 animais silvestres. O Parque Vida Cerrado conta ainda com o apoio de parceiros como BrasiTrans, Mauricéa, Mimoso Madeiras, Hotel Solar Rio de Pedras, Oilema, Condomínio Irmãos Gatto Agro, Condomínio Santa Carmem, Conservação Internacional, ADM e Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA).
ADM
Presente há mais de 20 anos na América do Sul, a Archer Daniels Midland Company (NYSE: ADM) é uma das maiores empresas do agronegócio no mundo. Atua no processamento e comercialização de grãos (soja e milho), fabrica óleos vegetais, ingredientes e insumos para a indústria química, alimentícia e de nutrição animal, biodiesel e opera uma grande estrutura logística para levar esses produtos para os mercados em todo o mundo. É no Brasil, no entanto, que está localizada a maior operação sul-americana da ADM, empregando cerca de 6.400 colaboradores, desde 1997 – ano que marcou o início de suas operações. Em 2020, a ADM registrou o terceiro recorde anual consecutivo na originação de grãos do Brasil. Desde 2009, através do ADM Cares – programa de investimentos sociais – a empresa investiu mais de US$ 4,5 milhões de dólares na América do Sul, apoiando diversos projetos nas áreas educacional, social e ambiental (www.adm.com).
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Fonte: Cerrado