O preço da gasolina da Petrobras vendida às refinarias fica 3,88% mais barato a partir desta sexta-feira (29). O valor médio do litro passa de R$ 3,86 para R$ 3,71, na segunda redução consecutiva. Os preços cobrados nos demais combustíveis veiculares não foram alterados.
Na quarta-feira da semana passada, a estatal já havia reduzido em R$ 0,20 o preço médio da gasolina. Com o nove corte, o preço do combustível fica abaixo do valor que era comercializado em 10 de maio deste ano, de R$ 3,86.
A partir de segunda-feira (1º) ficarão mais baratos também os valores cobrados no querosene de aviação, na gasolina de aviação e no asfalto (leia mais ao final da reportagem).
“Essa redução acompanha a evolução dos preços de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para a gasolina, e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, destacou a companhia.
Nova diretriz para preços
Na quarta-feira, a Petrobras anunciou que o Conselho de Administração da empresa aprovou nova diretriz para a formação de preços de seus combustíveis. Segundo a companhia, a medida “incorpora camada adicional de supervisão”, mas não altera a política de preços vigente, balizada pela paridade de preços internacionais (PPI), e mantém os reajustes sob responsabilidade da diretoria executiva.
A PPI foi instaurada pela Petrobras em 2016, no governo de Michel Temer. Desde então, companhia tenta parear o preço da gasolina na refinaria com o preço internacional. Ou seja, os reajustes são resultado das oscilações dos preços do petróleo e do câmbio.
Mas, mesmo com redução dos preços das commodities, o câmbio não aliviou. No fim de maio, o dólar comercial estava cotado na casa dos R$ 4,70. Hoje, opera próximo aos R$ 5,20.
Entenda a política de preços da Petrobras
Preços na bomba
Os preços de venda de combustíveis às refinarias pela Petrobras são um dos fatores de composição do preço final dos combustíveis, junto com impostos e fatia de distribuidoras e revendedores.
De acordo com a Petrobras , considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da estatal no preço ao consumidor passou de R$ 2,81, em média, para R$ 2,70 a cada litro vendido na bomba.
De olho na eleição
Os preços dos combustíveis estão na mira do governo, onde os preços elevados têm sido vistos como obstáculo a uma possível reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
Desde 2019, quando Bolsonaro assumiu, a presidência da estatal já foi trocada três vezes. O atual CEO da companhia, Caio Paes de Andrade, é o quarto executivo à frente da petroleira no atual governo.
Todas as trocas de gestão na Petrobras no governo de Jair Bolsonaro estiveram relacionadas à política de preços praticada pela estatal. Insatisfeito com os constantes reajustes nos preços dos combustíveis e de olho na reeleição, Bolsonaro chegou a chamar de “estupro” o lucro recorde da estatal no primeiro trimestre deste ano.
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Querosene e gasolina de aviação e asfalto
A partir de 1º de agosto, a Petrobras vai colocar em vigor reduções de -2,6% nos preços médios de venda de Querosene de Aviação (QAV), de -5,7% nos preços médios de Gasolina de Aviação (GAV) e de -4,5% nos preços médios do asfalto para as distribuidoras.
“Conforme prática que remonta os últimos 20 anos, os ajustes de preços de QAV são mensais e definidos por meio de fórmula contratual negociada com as distribuidoras. O mesmo acontece com a GAV, desde 2016”, diz a estatal em nota. “Em relação ao mercado de ligantes asfálticos, destaca-se que os preços deste produto possuem reajustes mensais, conforme previsto nos contratos com os distribuidores de asfaltos”.