Além de gerar altos prejuízos, estelionatários deixam compradores e vendedores em conflito, já que nenhuma das partes quer ficar com o dano causado pela trama do golpista. Após os golpes, houve casos em que o comprador chegou a receber o objeto negociado e não queria devolver ao vendedor. Em outras situações, o comprador entra em desavença com o vendedor, por não querer ficar em total desvantagem, fazendo proposta de dividir a perda do dinheiro transferido para o golpista. No caso de ontem, o senhor Anestor Filho transferiu via Pix, o valor de R$ 1.200, 00 para o autor da fraude, um desconhecido que se apresentava como intermediário do negócio e parente da esposa do proprietário do televisor, o senhor Ivan Silva. “O golpista me apressou para fazer a transferência do dinheiro, alegando que estava retornando às pressas para Luís Eduardo Magalhães, onde dizia que reside. A grana transferida era parte do valor da televisão que eu estava comprando por R$ 2. 200 00 (dois mil e duzentos reais)”, declarou seu Anestor.
Depois de entrarem em atrito na recepção da delegacia de polícia, o dono do televisor e o vendedor fizeram um acordo para evitarem um embate na justiça. Seu Anestor conseguiu convencer Ivan vender-lhe o aparelho por R$ 1.200, 00. “Eu queria vender minha televisão pra comprar uma nova engenhoca, porque trabalho vendendo caldo de cana e não tenho outra forma de conseguir esse dinheiro. Se a gente fosse pra justiça eu ficaria sem poder vender minha televisão. Então eu acredito que ficou melhor resolver desse jeito”, comentou Ivan.
Golpe do intermediário
Trata-se de um dos golpes mais comuns na atualidade e começa a partir da publicação de um anúncio de venda nas redes sociais. Em Barreiras, às principais vítimas têm sido vendedores e compradores de carros e motos. A fraude começa com a clonagem ou print de perfil das vítimas nas redes sociais, que estão anunciando à venda de veículos e outros objetos usados ou seminovos. Os golpistas clonam anúncios reais, entram nas negociações como intermediários do vendedor e conseguem receber o pagamento do comprador que tem interesse no produto anunciado.
Golpe do carro
Na tarde de ontem (29), segundo informações da polícia civil, um cidadão sofreu prejuízo de R$ 160 mil ao efetuar pagamento de um carro que estava sendo anunciado em uma página do facebook. Ele só percebeu o golpe depois que havia realizado à transferência via pix.
A polícia civil afirma que os golpistas usam contas de terceiros, usados como ‘laranja’, os quais na maioria das vezes, nem sabem qual é a origem do dinheiro enviado para suas contas; golpistas cadastram celulares com dados falsos e apagam imediatamente a página de facebook usada nos golpes. ”Eles usam até mesmo a conta de um desconhecido, na agência ou em qualquer lugar, e sacam rapidamente os valores transferidos, por isso é muito difícil recuperar esse dinheiro e localizar esses caras”, comentou o delegado Leonardo Almeida.