A polícia Civil de Barreiras com apoio de um agente investigador e Vigilância Sanitária de Riachão das Neves realizou operação na segunda-feira (30/08/2021) com finalidade de averiguar denúncia de cárcere privado e situação de trabalho análogo à escravidão, contra os administradores de uma casa de recuperação, localizada no distrito de São José do Rio Grande, naquele município (Riachão das Neves).
As acusações foram feitas por dois internos da instituição. Um deles informou que foi internado por seus familiares no dia 10/08/2021, onde os administradores e vigilantes o mantiveram a força por dezenove dias e o obrigaram trabalhar no campo, torturando psicologicamente, proferindo ameaças e agredindo. Ainda afirma que por diversas vezes tentou fugir, todavia foi impedido pela equipe de segurança. No dia 29/08/2021 por volta das 21 horas, o mesmo conseguiu fugir juntamente com o outro interno, o qual estava no abrigo desde o dia 11/08/2021. Durante a fuga eles deixaram para trás todos os seus pertences. Afirma que além de serem mantidos em situação análoga a de trabalho escravo, consumiam alimentos de péssima qualidade (estragados).
Diante dos fatos denunciados, a equipe do SI da delegacia de Barreiras foi até o local, onde realizou vistoria e encontrou aproximadamente uma tonelada de alimentos vencidos ou impróprios para o consumo, na dispensa e nos dois freezers. No decorrer da inspeção policial, chegaram ao local um pastor evangélico e um senhor, responsável pela instituição, além de um Subtenente da Polícia Militar que declarou ser o secretário.
Durante a fiscalização mais dois homens manifestaram o desejo de sair do internamento, um deles estava bastante debilitado. Ambos foram conduzidos à 1ª Delegacia Territorial de Barreiras para prestarem esclarecimentos sobre o fato. Os alimentos foram apreendidos pela equipe da vigilância sanitária de Riachão das Neves e terão destinação adequada. O caso continua sendo investigado pela Polícia Civil.
Foto: arquivo policial